Tia Marcelina


Tia Marcelina tornou-se símbolo de um dos atos mais violentos de intolerância religiosa contra as casas de culto afrobrasileiras: O Quebra de Xangô, ocorrido em 1912, em Alagoas.
Na madrugada do dia 2 de fevereiro daquele ano, Babalorixás e Yalorixás tiveram seus terreiros invadidos por uma milícia denominada Liga dos Republicanos Combatentes, seguida por uma multidão enfurecida, que assistiu a retirada forçada de seus objetos de culto sagrados, que foram expostos e queimados em praça pública numa demonstração de racismo, preconceito e intolerância religiosa para com as manifestações culturais de matriz africana.
O "Quebra" chegou ao terreiro de Tia Marcelina, mas ela não arredou o pé. Alguns filhos de santo conseguiram escapar. Os que permaneceram com a Mãe de Santo sofreram todo tipo de violência. Tia Marcelina resistiu com dignidade aos golpes físicos e psicológicos que recebeu. Contam que a cada chute recebido, ela clamava por Xangô, "Eiô, Cabecinha" e no outro dia, a perna do agressor foi secando, até que ele mesmo secou por completo.
Tia Marcelina faleceu vítima da violência e deixou na história sua força e resistência, se tornando um dos símbolos mais fortes de resistência afrobrasileira do País.
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